Comentários das Liturgias

2º DOMINGO DO ADVENTO

2º DOMINGO DO ADVENTO
Is 40,1-5.9-11 / Sl 84 / 2Pd 3,8-14 / Mc 1,1-8

2oDomingoAdventoA liturgia deste 2º Domingo do Advento convida-nos a preparar os caminhos do Senhor, para que Sua glória resplandeça em nossa vida e no meio da humanidade, inaugurando novos céus e nova terra, onde habite a justiça. Assim como Isaías anunciou a primeira vinda do Senhor, João Batista preparou o povo para acolher Jesus que já estava presente no mundo, São Pedro aconselha a nos empenharmos em perseverar numa vida santa fazendo de nossa história pessoal e social um grande advento que prepara a manifestação do Reino de Deus.


As palavras de Isaías transmitem esperança para o povo que estava no exílio da Babilônia, anunciando que a servidão acabara e as faltas foram expiadas. O profeta anuncia que Senhor virá ao encontro de seu povo tal qual um pastor, para apascentar seu rebanho e carregar seus cordeiros ao colo. Admoesta o povo que é preciso preparar os caminhos para acolher o Senhor: nivelando vales, baixando montes, endireitando as estradas. Tudo o que impede a chegada do Senhor, que vem trazer a libertação ao seu povo, deve ser transformado.


São Marcos, no prólogo de seu Evangelho, recorda a missão de João Batista como aquele que realiza essas palavras de Isaías e também a profecia de Malaquias, o qual anunciava a missão do mensageiro, que iria à frente do Senhor. Vivendo no meio do deserto e assumindo uma vida de austeridade, João Batista torna-se exemplo de despojamento de tudo aquilo que impede a acolhida da graça divina. São Marcos apresenta-o como um modelo perfeito de todo discípulo que deseja acolher a presença de Jesus em sua vida. Suas palavras e seu exemplo despertam no povo a consciência de que se fazia necessário uma verdadeira conversão de vida, a fim de acolher o Salvador. Além disso, João Batista manifesta a humildade de quem tem consciência de si mesmo e de sua missão, reconhecendo não ser o Messias, mas seu servo fiel, que prepara a sua chegada.


São Pedro, anunciando a vinda gloriosa de Jesus, lembra que esse dia chegará de maneira inesperada. Diante do Senhor em Sua glória tudo se desintegrará, ou seja, todas as estruturas de pecado existentes neste mundo desaparecerão, para que surja um novo céu e uma nova terra, onde a justiça divina se concretizará de forma plena. Quando isso acontecerá ninguém sabe, pois o tempo de Deus é diferente do tempo dos homens: para Deus, um dia é como mil anos e mil anos são como um dia. Aos cristãos que estavam enfrentando perseguições e reclamavam da demora da vinda do Senhor, São Pedro lembra que Deus age com paciência, aguardando uma verdadeira conversão. E, por isso, exorta-os a esforçar-se para construir uma existência pura, sem mancha e em paz.


Sabemos que o Senhor virá em Sua glória, no final dos tempos, mas não sabemos quando isso acontecerá, por isso, devemos nos empenhar para viver na santidade. As palavras de João Batista continuam ecoando no eterno advento da história, convocando-nos a uma revisão da nossa vida, preparando os caminhos para que o Senhor se manifeste em nossa vida e em nossa história. E para isso faz-se necessária uma sincera e constante atitude de conversão. Converte-se é aplainar a nossa história, abaixando os montes do orgulho, nivelando o vazio existencial causado pelo egoísmo, e endireitando o que o pecado entortou em nossa vida. Dessa forma se manifestará a glória de Deus, em um mundo novo, onde a justiça se realizará plenamente.

 

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